Aviaquário Municipal de Manaus: O tesouro do centro que virou apenas poeira e saudade!

Manaus já abrigou, bem no coração do Centro, um espaço único e encantador: o Aviaquário Municipal. Muito mais que um simples zoológico, era um ponto de encontro para famílias, estudantes e curiosos que queriam conhecer de perto a incrível fauna amazônica — e o melhor, de graça.
A história começou em 1936, quando o prefeito Antônio Botelho Maia criou, por decreto, um parque que reuniria aves, peixes e outros animais, unindo lazer, turismo e educação ambiental. Instalado na escadaria da Igreja Matriz, na Praça XV de Novembro, o Aviaquário foi inaugurado oficialmente em 21 de abril de 1937 e rapidamente conquistou o público.
Ali, visitantes se encantavam com o pirarucu gigante, as temidas piranhas, elegantes garças, jacarés e até um peixe-boi — raridade que atraía filas. O espaço também tinha o Aquário Comandante Armando Pinna, que exibia espécies aquáticas da região.
Mas o local enfrentava críticas pelo espaço reduzido e jaulas pequenas. Apesar disso, funcionou até o fim dos anos 1950, quando foi cedido à Arquidiocese de Manaus. Em 1963, virou parque infantil, e depois, nos anos 70, ensaiou um retorno com nova proposta: unir fauna, artesanato e atividades culturais. Passou a ser chamado Parque Dom Basílio Ferreira, mas encerrou as atividades definitivamente em 1986.
A demolição do prédio em 2013 pôs fim à estrutura física, mas não ao seu valor simbólico. Para muitos manauaras, o Aviaquário Municipal foi palco de descobertas e memórias inesquecíveis. Famílias visitavam após a missa, crianças viam pela primeira vez um peixe-boi ou um jacaré, e a praça era um ponto de convivência vibrante.
Hoje, restam apenas registros fotográficos, matérias de jornal e lembranças guardadas no coração da cidade. A trajetória do Aviaquário Municipal revela como espaços públicos podem marcar gerações, mas também como mudanças de gestão e prioridades urbanas podem transformá-los ou fazê-los desaparecer.
Essa história nos lembra da importância de preservar não só a biodiversidade amazônica, mas também nossa memória coletiva. O Aviaquário Municipal pode ter desaparecido fisicamente, mas seu legado sobrevive no imaginário manauara.