Conheça o túmulo original da Etelvina Alencar, aclamada popularmente como Santa Etelvina!
O Portal No Amazonas é Assim teve a honra de explorar um dos capítulos mais marcantes e sombrios da história de Manaus: o trágico destino de Etelvina Alencar. Este relato nos transporta para o início do século XX, quando um crime brutal abalou a cidade e repercutiu por todo o país.
O Crime que Chocou o Amazonas
Etelvina Alencar, uma jovem nordestina nascida em Boa Vista do Icó (CE) em 1884, mudou-se para Manaus com sua mãe viúva e irmãs. A família foi morar na colônia “Campos Sales”, onde se dedicaram às atividades agrícolas. Foi nesse ambiente que Etelvina conheceu José, um colono que logo se apaixonou por ela. Apesar de um noivado prometido, Etelvina decidiu romper o compromisso, provocando uma revolta devastadora em José.
Movido por uma paixão obsessiva e ciúmes exacerbados, José decidiu planejar sua vingança. Ele comprou um rifle em Manaus e retornou à colônia com a intenção de cometer uma série de assassinatos. No fatídico dia, em março de 1901, ele iniciou seu ataque.
Entre as vítimas estavam Estevam, Henrique, um caboclo inocente e o administrador da colônia, Versoli. Finalmente, José perseguiu Etelvina, capturando-a e arrastando-a para a floresta, onde consumou o ato final do crime: assassinou a jovem e, em seguida, tirou a própria vida.
Os corpos de José e Etelvina foram encontrados dias depois, uma cena descrita como macabra: duas caveiras de frente uma para a outra, com o rifle entre elas. Essa tragédia deixou uma cicatriz indelével na memória coletiva do Amazonas.
O Túmulo de Santa Etelvina
Após sua morte, Etelvina tornou-se um ícone de devoção popular. Seus restos mortais foram sepultados no Cemitério de São João, em Manaus, em uma sepultura perpetuada pela Lei Municipal n.º 233, de 30 de agosto de 1901. O local, conhecido como o túmulo da “Santa Etelvina”, passou a receber inúmeras visitas de fiéis que acendem velas e fazem preces em busca de graças.
Com o tempo, o túmulo sofreu diversas mudanças. Uma das transformações mais impactantes ocorreu quando uma fábrica construiu um muro que isolou o local, interrompendo a romaria que por décadas atraiu devotos. Além disso, a cruz original que marcava o túmulo foi transferida para outro local.
Hoje, o túmulo está em ruínas, e a história de Etelvina é mantida viva graças à memória coletiva e à dedicação dos historiadores.
O Pau da Santa
Outro elemento marcante da devoção à Santa Etelvina é a árvore conhecida como “Pau da Santa”. Localizada no local de sua morte, essa árvore foi reverenciada por muitos anos. Com o tempo, a árvore foi cortada, e a madeira foi usada para criar uma cruz, atualmente posicionada em frente a uma igreja local.
Recentemente, nossa equipe visitou o local para documentar o estado atual do túmulo e preservar essa parte importante da cultura de Manaus. Embora o túmulo original esteja abandonado, sua memória permanece viva nos corações de seus devotos e nas páginas da história amazonense.
Assista ao Vídeo
Para conhecer mais sobre a história de Santa Etelvina e o estado atual de seu túmulo, confira nosso vídeo no canal No Amazonas é Assim. Não esqueça de se inscrever e compartilhar o conteúdo para que mais pessoas possam conhecer esse capítulo fascinante da história do Amazonas.
